A Ditosa Pátria
Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floreça
Nas armas contra o torpe mauritano,
Deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto o não consente.
Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o Céu me dá que eu sem perigo
Torne, com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.
[III, 20-21 (1-4)]
Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões. Antologia e Prefácio de Eugénio de Andrade, Editorial Inova, 1972, p. 124
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