27/12/23

Caldeira, Alfredo e Roberto, António Possidónio - Os telefones têm ouvidos. Escutas telefónicas da PIDE/DGS - Lisboa, Edições Colibri, 2023. Prefácio de Pedro Carlos Bacelar de Vasconcelos. De 23x16 cm.; com 263-II págs. Ilustrado.
Br. € 18,00

Novidade.

"As escutas telefónicas datam da invenção desse aparelho de comunicação, há cerca de 150 anos...

Especialmente apetecida pelas polícias e serviços secretos, a interceção telefónica foi amplamente utilizada pela polícia política do regime de Salazar e Caetano, a PVDE/PIDE/DGS.

O estudo de mais de 500 processos de escutas telefónicas dessa polícia, realizadas nos últimos 10 anos da ditadura (1964-1974), permitiu identificar um total de 89.150 dias escutados, correspondentes a cerca de 244 anos, em pouco mais de 10 anos de funcionamento!

O que mais interessava àquela polícia eram temas como a "reputação profissional", "dificuldades c/ família", "ambiente familiar", "bens que mais aprecia", "possibilidade de aceitação de espórtulas", "amantes", “passatempos”, etc. – o que ilustra bem a natureza totalitária dessas investidas policiais.

A sua utilização abusiva propiciava jogos de poder e influência no seio da própria polícia e no governo, destacando-se a apresentação periódica de excertos de relatórios/transcrições ao Presidente do Conselho.

Sendo as escutas telefónicas um segredo absoluto da polícia política, constituíram um elemento a acrescentar ao clima de medo que sustentava o regime. Mas o certo é que muitos milhares de cidadãos portugueses e estrangeiros e entidades coletivas, incluindo representações diplomáticas, estão expostos na documentação dessas escutas telefónicas, enquanto escutados, familiares ou simplesmente referidos, engrossando assim vertiginosamente o número de “suspeitos.” (Da contracapa)

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Já o folheei mais do que uma vez, mas ainda não o comecei a ler. Ando com outras leituras... Entre eles um sobre Paulo de Cantos. MUITO interessante.
      Boa tarde!

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