Centenário do nascimento
Filho de emigrantes portugueses, Carlos Alberto Serra de Oliveira nasceu no Brasil, em Belém do Pará, a 10 de Agosto de 1921. No Brasil só viveu os dois primeiros anos de vida; em 1923, os seus pais regressam a Portugal, acabando por se fixar na região da Gândara, concelho de Cantanhede, mais precisamente na aldeia de Febres, onde seu pai exerceu medicina.
Em 1933, Carlos de Oliveira parte para Coimbra, onde completa os estudos liceais e universitários, concluindo em 1947 a sua licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com uma tese que denominou de «Contribuição para uma estética neo-realista». No ano seguinte, o escritor ruma a Lisboa, onde passará a viver. Mantém colaborações esporádicas em vários jornais e revistas, e chega a tentar o ensino. A partir de 1972 dedica-se definitiva e exclusivamente à literatura.
A arte e a personalidade deste autor foram profundamente marcadas por três vetores fundamentais: a sua infância num meio pobre, rural e isolado (a Gândara); uma perspetiva que, embora marxista na forma de ver a Economia como motor da História, não seria redutora, porque se manteve aberta a todos os aspetos da relação do homem com o mundo; e a ditadura e censura salazaristas.
A maior parte da sua obra em prosa foi publicada entre 1943 e 1953: Casa na Duna, Alcateia, Pequenos Burgueses e Uma Abelha na Chuva. Só voltaria a publicar um romance em 1978, o aclamado Finisterra.
De igual modo, na poesia, Carlos de Oliveira é considerado um inovador, comprometido apenas com a sua própria disciplina poética. […]
Além das obras de poesia e de ficção, há que assinalar O Aprendiz de Feiticeiro, um livro que reúne textos de carácter diverso, no qual o escritor se revela, a si e à sua escrita, observando-se e analisando as suas próprias motivações.
Segundo Alexandre Pinheiro Torres, a evolução literária de Oliveira foi ganhando em poder de criação aquilo que perdeu em peso informativo, algo que transparece claramente numa análise da reescrita que as suas publicações foram sofrendo até à data da morte do escritor, em 1981. (daqui)
Boa homenagem a Carlos de Oliveira. Preferi-o (gosto mesmo) como poeta.
ResponderEliminarBoa noite!
Obrigada, MR!
EliminarCarlos de Oliveira merece ser sempre lembrado e lido.
Boa noite!