Victor de Sá (1921-2004)
Centenário do seu nascimento
Joaquim Victor Batista Gomes de Sá nasceu na pequena aldeia de Cambeses, Barcelos, em 14 de Outubro de 1921, filho de uma professora do ensino primário e de um então sargento do Exército. Cedo a família se transferiu para Braga. (daqui)
Foi um cidadão corajoso e interveniente, um combatente pela liberdade, um cidadão activo e indomável, um intelectual probo, um professor universitário inovador e estimado e um investigador operoso.
Desde muito cedo, vivendo em Braga, ainda estudante no Liceu Sá de Miranda, de cuja Academia foi presidente, em Victor de Sá (n. 1921) se manifestou, a par da incomodidade, o gosto pela leitura e pela escrita, expresso já então em artigos publicados no “Correio do Minho” a partir de 1937 e na tentativa de criação de uma biblioteca no Liceu.
Concluídos os estudos secundários, estávamos em 1942, empregou-se numa livraria (a desaparecida Gualdino, na rua do Souto), gastando quase todo o seu ordenado na compra dos livros que tanto apreciava e lhe eram necessários. Porém não lhe agradava que esses livros, comprados com sacrifício, ficassem nas estantes, parados, adormecidos, depois da minha leitura. Parecia-me egoísta que eles ali ficassem… indiferentes à curiosidade que tantos jovens, como eu no tempo de estudante, teriam em os ler. Por isso concebeu uma biblioteca original – sistema de leituras facilitadas para utilização por empréstimo via postal em qualquer ponto do país – a célebre Biblioteca Móvel que durante 8 anos desenvolveu meritória e utilíssima acção cultural, bem expressa nos 6 catálogos que publicou, e que a prepotência salazarista obrigou a encerrar em 1950. Nessa altura publicou os seus primeiros livros, de entre os quais se destaca uma “Bibliografia Queirosiana”(1945).
Dentro da mesma ideia de combater o imobilismo e o obscurantismo cultural, publica em 1956 uma obra intitulada “As bibliotecas, o público e a cultura”, resultado de um inquérito inicialmente e em parte publicado no “Correio do Minho” que teve como objectivo o livro, a leitura e os leitores, sobretudo em função das bibliotecas bracarenses, mas com uma análise que atingiu dimensão nacional.
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