Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu no lugar de Ligares, em Freixo de Espada à Cinta, a 17 de Setembro de 1850 mas, foi no Porto que viveu grande parte da sua vida. Faleceu em Lisboa, a 7 de Julho de 1923.
"Junqueiro, nomeado, em meados de 1879, secretário-geral do Governo Civil de Viana do Castelo, dirigia-se para esta cidade a tomar posse do cargo. Na estação de Nine, quando o comboio parou, ouviu-se uma voz bradar para um passageiro que assomara à janela de uma das carruagens:
- Adeus, ó Junqueiro! Para onde vais?
- Para Viana do Castelo, a terra da boa água e das mulheres bonitas... - respondeu ele, gracejando.
Uma bonita menina de Viana, que se encontrava na gare, sentiu-se naturalmente, lisonjeada; olhou o poeta - e, instintivamente, sorriu. Pouco tempo depois, conheceram-se; recordaram o episódio do comboio e Junqueiro, no dia seguinte, mandou-lhe um exemplar da Musa em Férias com a última estrofe da poesia «O Amor» sublinhada. Três meses depois casavam.
O poeta havia dito:
- Quero que o casamento seja celebrado ou pelo António Cândido ou pelo Aires de Gouveia!
António Cândido não pôde deslocar-se, por essa altura, a Viana do Castelo, e foi o bispo de Bethsaida que celebrou o casamento. A lua-de-mel passaram-na os recém-casados, no Porto, num palacete que um tio do noivo, o doutor Sebastião Guerra, distinto clínico, possuía na Rua do Breyner. Junqueiro tinha 30 anos: D. Filomena 18. Ela era uma linda rapariga; ele era já um homem célebre.
Se o poeta encontrara a sua Musa, aquela Musa encontrara o seu poeta."
Luís de Oliveira Guimarães. O Espírito e a Graça de Guerra Junqueiro, 1968, p. 17.
Pensava que tinha lido este livro de Oliveira Guimarães, mas não me lembro nada desta história de como Junqueiro conheceu a 'sua' Filomena. 😊
ResponderEliminarPena ser um poeta tão pouco lido hoje.
Bom dia!
Já li vários desta série "O Espírito e a Graça..." são deliciosos!
EliminarAchei interessante episódio.
Bom dia!
Leia-se: "este episódio".
EliminarVou geminar. Tenho de geminar. 😉 Como se fui esquecer do centenário de Junqueiro...
ResponderEliminarApenas de tarde posso ir lá espreitar!
EliminarA história é deliciosa.
ResponderEliminarNão sabia do centenário de Junqueiro, só hoje vi no Prosimetron: são tantos...
Bom final de tarde, Cláudia.
É humanamente impossível estarmos informadas ou lembramo-nos de todas as efemérides! 😉
EliminarAgradeço e retribuo os votos... 🍀
Só agora, no final deste dia em que assinalamos o Centenário da morte de Guerra JUNQUEIRO, tenho
ResponderEliminaro ensejo e o gosto de evocar, mesmo de forma simbólica,
o Autor d'OS SIMPLES (1892), que o Poeta dedicou à Mulher, a minhota D. Filomena, admiradora de A MUSA EM FÉRIAS (1879), a qual viria a ser, para sempre, a sua "querida Neninha"...
A propósito, recordemos que foi, justamente, o inspirado poema - que, a par de outras criações intemporais, como A MOLEIRINHA, constitui, na sua simplicidade, um "hino" em prol da dignidade humana - que Luís CÍLIA celebrizou, num disco editado, em 1969, no âmbito de uma histórica colecção discográfica francesa, "A poesia portuguesa de hoje e de sempre", de acordo com o próprio depoimento onde o talentoso compositor e intérprete reconheceu a existência de "uma grande similaridade, no que toca ao espírito da mensagem, entre O CAVADOR e uma canção de Georges BRASSENS (que muito admirava), chamada PAUVRE MARTIN" [cf. livro/CD(s) coordenado por Henrique PEREIRA, A MÚSICA DE JUNQUEIRO, Porto, Escola das Artes da Universidade Católica, 2009, p. 110].
F. Firmino
Prezado Fernando Firmino,
EliminarCresci a ouvir recitar Guerra Junqueiro. O meu era um admirador da sua escrita e sabia poemas inteiros de cor.
O ideal, era que não fossem necessárias as efemérides para que os escritores fossem lembrados, mas pelo menos, que o sejam nestas datas!
Bom dia e boa semana!
Leia-se: O meu pai era...
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