O Porto
Eu gosto do Porto. Não do Porto erudito do Sampaio Bruno ou do burguês e literário do Ramalho. Gosto de um Porto cá muito meu, de que vou dizer já, e amo-o de um amor platónico, avivado de ano a ano à passagem para a minha terra natal, quando o Menino Jesus acena lá das urgueiras."
Miguel Torga, Portugal. Coimbra Editora, 1993, p. 49.
Obrigada, Cláudia, por este extraordinário post de um dos meus escritores preferidos.
ResponderEliminarÉ a12 de Agosto que costumo lembrá-lo.
Li algumas destas edições antigas, mas não eram minhas. Talvez os Diários e A Criação do Mundo sejam os meus livros favoritos, mas gosto de tudo o que ele escreveu.
Tenho os 80 Poemas em CD e tb a Fotobiografia da filha Clara Rocha.
Também tenho o livro de José María Moreiro, e um outro de Júlio Llamazares de que não fala aqui (Trás-os-Montes) que adorei e me fez de guia em 1998. Há tempos falei deles no Prosimetron.
Muito haveria ainda a dizer mas vou ficar por aqui, para não ser muito melga🦟💤😉
Vou ler e reler este post maravilhoso.
Um abraço grato!
🤗📚🌻🍀
Maria,
EliminarTodos os pretextos são mais do que justificados para lembrar Miguel Torga, ou melhor, Adolfo Correia da Rocha!
Deve-se celebrar a vida e não a morte, mas lembrar, SEMPRE! Neste caso, lembrar, ler e divulgar!
A maioria dos livros que tenho do autor, são da edição da Coimbra Editora; que era a sua editora de eleição. Livros simples e sóbrios!
O link para o qual remeto, é muito elucidativo e com uma rica iconografia.
Uma tarde luminosa! 🌟📚🌺
Lembro-me de uma agradável visita que, em Junho do ano passado, tivemos o gosto de efectuar, pela primeira vez, à Casa-Museu MIGUEL TORGA, em Coimbra (digno de louvor o excelente trabalho do "guia" e/ou animador cultural que, à data, se encontrava ao serviço do imóvel)!... Um "pólo" que, a par do Espaço Torguiano de S. Martinho de Anta (Sabrosa), contribui, de forma pedagógica e permanente, para honrar a memória e o legado do distinto escritor Transmontano e activo "cidadão do Mundo".
ResponderEliminarRevejo a simbólica imagem da discreta (direi mesmo, austera) campa onde repousa o admirável Poeta, contista e diarista. E, ao mesmo tempo, recordo o memorável "obituário", publicado na edição de 18.1.1995 do "PÚBLICO", um "destaque" justamente reproduzido por José de Melo, na indispensável "Fotobiobibliografia" de "MIGUEL TORGA" (Aveiro, Estante Editora, 1995), no qual o respeitado jornalista nortenho Pedro Garcias não hesitou em transcrever uma oportuna e expressiva passagem do derradeiro "Diário", o 16.º Vol. (30 de Abril de 1990):
"(...) Gozo agora a paz do entardecer, desobrigado dos doentes que me não largam sempre que venho, e da enxada que me lembra as silvas teimosas que desde o amanhecer combati. (...) Este paraíso ainda não é meu duradoiramente. É dos meus antepassados, que nele moram em cada canto da casa e do quintal. É por eles que acendo a lareira, alimento devotadamente o lume votivo, renovo os canteiros, planto e semeio. Desde há muito que sei que sou o usufrutuário de uma herança sagrada, que só merecerei se nunca me esquecer que S. Martinho é um berço onde tenho de nascer todas as horas e morrer um dia."