17/01/25

Miguel Torga (1907-1995) morreu há 30 anos

O Porto
Eu gosto do Porto. Não do Porto erudito do Sampaio Bruno ou do burguês e literário do Ramalho. Gosto de um Porto cá muito meu, de que vou dizer já, e amo-o de um amor platónico, avivado de ano a ano à passagem para a minha terra natal, quando o Menino Jesus acena lá das urgueiras."

Miguel Torga, Portugal. Coimbra Editora, 1993, p. 49.


Campa rasa no cemitério de S. Martinho de Anta, onde se 
encontra sepultado o escritor (daqui)

3 comentários:

  1. Obrigada, Cláudia, por este extraordinário post de um dos meus escritores preferidos.
    É a12 de Agosto que costumo lembrá-lo.
    Li algumas destas edições antigas, mas não eram minhas. Talvez os Diários e A Criação do Mundo sejam os meus livros favoritos, mas gosto de tudo o que ele escreveu.

    Tenho os 80 Poemas em CD e tb a Fotobiografia da filha Clara Rocha.
    Também tenho o livro de José María Moreiro, e um outro de Júlio Llamazares de que não fala aqui (Trás-os-Montes) que adorei e me fez de guia em 1998. Há tempos falei deles no Prosimetron.

    Muito haveria ainda a dizer mas vou ficar por aqui, para não ser muito melga🦟💤😉

    Vou ler e reler este post maravilhoso.
    Um abraço grato!
    🤗📚🌻🍀

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    1. Maria,
      Todos os pretextos são mais do que justificados para lembrar Miguel Torga, ou melhor, Adolfo Correia da Rocha!
      Deve-se celebrar a vida e não a morte, mas lembrar, SEMPRE! Neste caso, lembrar, ler e divulgar!
      A maioria dos livros que tenho do autor, são da edição da Coimbra Editora; que era a sua editora de eleição. Livros simples e sóbrios!
      O link para o qual remeto, é muito elucidativo e com uma rica iconografia.
      Uma tarde luminosa! 🌟📚🌺

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  2. Lembro-me de uma agradável visita que, em Junho do ano passado, tivemos o gosto de efectuar, pela primeira vez, à Casa-Museu MIGUEL TORGA, em Coimbra (digno de louvor o excelente trabalho do "guia" e/ou animador cultural que, à data, se encontrava ao serviço do imóvel)!... Um "pólo" que, a par do Espaço Torguiano de S. Martinho de Anta (Sabrosa), contribui, de forma pedagógica e permanente, para honrar a memória e o legado do distinto escritor Transmontano e activo "cidadão do Mundo".

    Revejo a simbólica imagem da discreta (direi mesmo, austera) campa onde repousa o admirável Poeta, contista e diarista. E, ao mesmo tempo, recordo o memorável "obituário", publicado na edição de 18.1.1995 do "PÚBLICO", um "destaque" justamente reproduzido por José de Melo, na indispensável "Fotobiobibliografia" de "MIGUEL TORGA" (Aveiro, Estante Editora, 1995), no qual o respeitado jornalista nortenho Pedro Garcias não hesitou em transcrever uma oportuna e expressiva passagem do derradeiro "Diário", o 16.º Vol. (30 de Abril de 1990):

    "(...) Gozo agora a paz do entardecer, desobrigado dos doentes que me não largam sempre que venho, e da enxada que me lembra as silvas teimosas que desde o amanhecer combati. (...) Este paraíso ainda não é meu duradoiramente. É dos meus antepassados, que nele moram em cada canto da casa e do quintal. É por eles que acendo a lareira, alimento devotadamente o lume votivo, renovo os canteiros, planto e semeio. Desde há muito que sei que sou o usufrutuário de uma herança sagrada, que só merecerei se nunca me esquecer que S. Martinho é um berço onde tenho de nascer todas as horas e morrer um dia."





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