Eça de Queiroz no Panteão Nacional
Eça de Queiroz morreu a 16 de Agosto de 1900 e foi sepultado em Lisboa. Em Setembro de 1989, os seus restos mortais foram transportados do Cemitério do Alto de São João, na capital, para um jazigo de família, no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião. (daqui)
Hoje e passados quase 125 anos da morte do escritor, Eça de Queiroz foi trasladado para o Panteão Nacional.
Portugal deve-se orgulhar de ter tão ilustre escritor!
Quando, anteontem, um dia carregado de nuvens e de especial significado literário (curiosamente, quase ninguém ousou contestar os soturnos discursos oficiais de homenagem ao notável criador da "Relíquia", uma das Obras queirozianas traduzidas na língua de Victor Hugo, o imortal romancista que, como sabemos, repousa no "Panthéon" Parisiense), eu transitava no popular comboio "suburbano" (Setúbal-Lisboa-Setúbal), observei, uma vez mais, que nenhum(a) passageiro(a) levava debaixo dos olhos um bom livro ou um (in)formativo periódico cultural!!!...
ResponderEliminarÉ nestas circunstâncias mortuárias, que evocam a trasladação - igualmente justíssima - de outras figuras de renome, como AQUILINO, para o "Panteão" da simbólica Igreja de Santa Engrácia, que a mais elementar ética consagrativa se impõe. E um dos primeiros deveres das inovadoras instituições pedagógicas, é glorificar os Autores alargando o hábito e o gosto da leitura aos públicos (inclusive, periféricos) mais jovens!...
Numa época em que alguns personagens, como o "conselheiro Acácio", permanecem na memória colectiva portuguesa como caricaturas proverbiais, não será demais recordar, a propósito, as próprias "Farpas", de EÇA (reunidas na "Campanha Alegre"), inconfundível cronista segundo o qual, nos tempos oitocentistas, não era fácil ser-se parlamentar:
"Quanta elevação cristã num diploma de deputado! (...) E depois que doçura de expressões! Não vimos ainda há pouco o Sr. Ávila designado no meio de uma questão financeira com estas benévolas qualificações - 'camaleão', 'sapo', 'elefante'?! Que autoridade no dizer! Que elevação no pensar!" Bem poderíamos acrescentar: que admiráveis "sensações" de acutilância e actualidade!...
Prezado Fernando Firmino,
EliminarPois... é grave tanta falta de leitura!
É algo em que também reparo muito. Normalmente, sou a única que vou a ler. Quando aparece mais alguma "ave rara", fico contente e não me sinto tão só e tão... digamos, diferente nos gostos!
Mesmo aqui na livraria, quase salto de contente quando entram jovens interessados, curiosos...
Ainda ontem, entrou um e sabia bem ao que vinha.
Tempos e interesses diferentes e, de uma maneira geral, muito pouca exigência escolar e em casa igualmente. Têm de se criar hábitos. Mostrar o lado agradável da leitura.
Saudações!