As janelas da casa em
que eu nasci
já não sabem quem
sou, não me conhecem.
Há cem outonos
de alma que parti:
os longes da paisagem reverdecem.
os longes da paisagem reverdecem.
A um canto, como outrora, o meu espectro,
o meu espectro de criança ainda,
cisma em reinos de fadas, tem o ceptro
contra a blusa de linho que o alinda.
Outros espectros vêm meigamente...
Mas só este agora me
hipnotiza,
fechado
em sua cisma, inconsciente.
E eu, que tinha vontade de beijá-lo,
quedo,
gelado: temo até que a brisa
ou
que um murmúrio de erva vá acordá-lo.António Patrício, Poesias. Edições Ática, 1954, p. 131-132.
Um lindo poema!
ResponderEliminarMuito bonito, Cláudia.
ResponderEliminarNão conhecia o poeta, pelo menos não me lembro de o ter lido.
Beijinho. :))
Obrigada, Isabel!
ResponderEliminarPouco li do autor.
Um beijinho.:))
Ana, António Patrício está bastante esquecido. A sua obra apesar de não ser vasta, tem alguns títulos de referência como Oceano; Pedro, o Crú; O Fim.
ResponderEliminarFoi dramaturgo, poeta, contista.
Um beijinho.:))