Se eu fosse gaivota branca
E pudesse voar
Poisaria na torre mais alta
Para te ver despertar.
E num rodopiar
Suave, terno e manso
Te diria:
- Acorda, que já é dia!
Vem ver o sol a nascer
E as crianças a correr.
Se eu fosse gaivota branca
E pudesse voar
Poisaria em ti criança
Para te ver despertar
E com bicadinhas de ternura
Te diria:
- Salta da cama,
Abre a janela de par em par,
Pula escada fora
E vai para a rua brincar!
Se eu fosse gaivota branca
E pudesse voar
Poisaria em ti velhinho
Quando estás a ver passar.
E com largo abraço
Te diria:
- Olha este azul do céu
Esta imensidão do mar
Que foi sempre o teu olhar.
O dia não escureceu,
Agarra-te bem à vida
Que este dia ainda é teu.
Se eu fosse gaivota branca
E pudesse voar
Estaria sempre conTigo
Aqui ou em qualquer lugar.
Maria José Areal in Pedaços de Mim,1999
Lindíssimo poema!
ResponderEliminarE não me surpreendeu ser de quem é , depois de ter lido "Na Eira dos Pardais".
Quando puder, coloque mais.
Um beijinho e bom fim-de-semana!
Isabel, o difícil neste livro é eleger um poema, pois todos eles são tão bonitos, mas tão bonitos!...
ResponderEliminarÉ o primeiro livro de Maria José Areal e editado pela própria.
Em breve coloco mais.
Um beijinho::))
Gostei muito do livro e da musicalidade deste poema.
ResponderEliminarBeijinho. :))
Ana, "Na Eira dos Pardais", foi o primeiro livro de Maria José Areal, em prosa!
ResponderEliminar"Pedaços de Mim", é o primeiro de poesia e da bibliografia da autora...
Diferentes na forma e no conteúdo, mas iguais na beleza, na intensidade dos sentimentos, na entrega.
Um acto de coragem...