O Poema cortesia do google
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen in Obra poética I, Círculo de Leitores, 1992, p. 358
É um belo poema!
ResponderEliminarFiquei com saudades do mar!
Um beijinho e bom fim-de-semana!
Lindíssimo como tudo que ela escreveu.
ResponderEliminarBeijinho grato. :))
Concordo Isabel, é um belo poema.
ResponderEliminarGosto muito de ler Sophia...
Quanto ao mar, não vejo a hora de matar saudades dele!
O fim de-semana foi tranquilo.
Um beijinho e boa semana.:))
Ana, sei que partilha do mesmo gosto por Sophia de Mello Breyner.
ResponderEliminarA mãe natureza está sempre tão presente! O sol, o mar... Os sonhos!
Um beijinho.:))