O Poema Original
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.
José Carlos Ary dos Santos
O inconfundível Ary dos Santos😉
ResponderEliminarNão sou capaz de escolher um poema para hoje. Gosto de tantos...
Feliz Dia da Poesia!
🤗📚🌺
Pois... Compreendo-a!
EliminarNão é de fácil escolha!
Um abraço (poético)! 🤗😊🌺🍀📚
Talvez abra a Rosa do Mundo e descubra um novo poeta...😉
EliminarPor vezes faço isso, já que o ritual de ir à Bertrand neste dia e no 24 de Abril terminou há uns tempos.
Abraço🤗📚☔️
Faça isso, Maria!
EliminarPor vezes, temos surpresas agradáveis. 😉
Boas leituras! 📚🤗
Dia feliz!
ResponderEliminarObrigada, MR!
EliminarUm dia poético! 😊🌼📚
Este Dia Mundial da POESIA, uma das simbólicas datas susceptíveis de serem condignamente celebradas, constitui uma excelente ocasião para os admiradores incondicionais do inesquecível Poeta Setubalense Manuel Maria Barbosa du BOCAGE (1765 - 1805) lhe prestarem uma sentida Homenagem.
ResponderEliminarAqui fica, pois, a espontânea proposta de leitura de um soneto particularmente exemplificativo da invulgar relevância de "Elmano Sadino", cuja personalidade inconformista "ultrapassa o âmbito estritamente literária" [cf. Álvaro ARRANJA, "BOCAGE, a Liberdade e a Revolução Francesa", Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2003]:
"Liberdade querida e suspirada,
Que o despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais serena
Que o sereno clarão da madrugada:
Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada!
Vem, oh Deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros brilha!
Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus és filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!"
Dia feliz,com muita poesia!
ResponderEliminarBeijinhos:))