Há vazios que não se explicam.
Sabem-se, sentem-se, pressentem-se,
Na esquina da rua,
No peitoril da janela,
No chão do caminho,
No olhar do João que passa em passo de corrida.
Há vazios que nos perseguem.
Descobrem-se na rosa desfolhada
Pelo tempo,
Pelo vento que sem o sentir já sente,
Que passou junto de si.
E despida da sua beleza,
Ninguém a olha, nada a afaga
Desabrigada da sua inata sedução.
Há vazios em casas cheias,
De pão, palavras, gestos e corpos,
Atulhados de suposições,
Aparelhadas cantarias
Paredes pejadas de fotografias,
Corredores infindáveis,
Jardins cuidados de canteiros sem flores.
Há vazios na rua pejada de gente
E a rua está cheia de gente vazia.
Há vazios que não se explicam.
Sabem-se, sentem-se, pressentem-se.
Poema e fotografia de Maria José Areal
Bonito. E também gosto da foto a preto e branco, "vazia" de verde.
ResponderEliminarBeijinhos:))
Existem "vazios" por todo o lado e alguns dentro de nós...
EliminarMuitos, preferimos nem ver!
Boa noite!:))