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Novidade.
Esta obra de Manuel Teixeira-Gomes revela-nos, através do relato de viagens, de lugares, de episódios, de personagens com quem se cruzou ou observou, um autor que se afirma em simultâneo como escritor regionalista e com uma visão helenista.
Conheceu de perto dois mundos: as condições de vida dos mais pobres e, pela sua ascedência social, o mundo da arte. Foi-lhe permitido sustentar uma existência livre e independente, alheia aos compadrios partidários, como descreve no prefácio Manuel Paquete.
Enquanto republicano convicto é convidado em 1911 para exercer o cargo de embaixador de Portugal em Londres. A sua cultura, educação, sensibilidade estética e experiência existencial grangearam-lhe grande prestígio. Em outubro de 1923 é surpreendido pela eleição para Presidente da República pelo Parlamento, cargo que assume até 1925. De imediato organiza o seu auto-exílio embarcando para a Argélia e fixando-se em Bougie repartindo o seu tempo entre a literatura e a viagem. Neste período aproxima-se da Seara Nova, onde publica o texto “Uma Copejada de Atum”.
A distância levou-o a apreciar a “Liberdade Reconquistada”, olhando o mar, reencontra no recorte do litoral algarvio a paisagem idealizada pelos poetas da Antiguidade. A sua obra, polifonia indisciplinada de registos de memória com contos e apreciações artísticas e filosóficas, é um contínuo hino à vida, ao seu lado mais luminoso.
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