Cartaz da Secretaria de Estado da Comunicação Social
Direcção Geral de Divulgação, Abril 1977
As Portas que Abril Abriu
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
(...)
Ary dos Santos in As Portas que Abril Abriu. Lisboa, Editorial Comunicação, 1975, p. 3
Parabéns, Cláudia.
ResponderEliminarVergílio
No meu entender, é uma data que devemos lembrar sempre! Também fiz uma montra alusiva ao dia...
EliminarBom 25 de Abril!
ResponderEliminarObrigada e igualmente, MR!
EliminarFoi uma data que nos marcou a todos! Sempre digo e direi: Viva o 25 de Abril! beijinhos, Cláudia! Beijo à Alexandra
ResponderEliminarMaria João,
EliminarNasci poucos meses antes do 25 de Abril, pelo que não me lembro, mas pelo que já li e pelos testemunhos que ouvi de quem sentiu bem o que era viver sem liberdade e num tempo de ditadura e opressão, sei bem a sorte que tenho e, o que se conquistou - LIBERDADE - é um bem precioso a preservar!
Um beijinho.:)