Camacho, Brito - A Reacção - Lisboa, Emprêsa Editora Luz, Ltd.ª, 1932. In-8.º; de 48 págs. Brochado € 15,00
Escrito com uma grande carga irónica, este opúsculo é ilustrativo do pensamento anticlerical do autor.
“Qualquer pode abdicar voluntariamente da sua vontade; pode renunciar
por completo aos seus haveres; pode guardar intransigentemente a sua
castidade, pondo-lhe leões à porta. A lei nunca poderá obrigar um homem a
deliberar por si , se êle apenas quiser ser mandado; nunca poderá
obrigá-lo a ter alguma coisa de seu, se êle quizer desfazer-se do que
possui, quer se trate de bens adquiridos pelo seu esforço próprio, quer
se trate de bens adquiridos por herança, ou qualquer outra forma
legítima de acquisição; nunca poderá obriga-lo a constituir família se
êle teimosamente quizer fugir ao cumprimentos dêsse dever social,
resistindo às naturais impulsões da sua sexualidade. Mas uma coisa é o
que a lei não pode proibir, e outa coisa o que ela não deve sancionar…”
(in Frades e freiras)
Capítulos:
I. Frades e freiras
II. As irmãs de caridade
III. As missões
IV. A escola laica
III. As missões
IV. A escola laica
Manuel de Brito Camacho - "Médico,
jornalista, governador ultramarino e escritor, Brito Camacho nasceu em
1862, em Aljustrel, e morreu em 1934, em Lisboa. Foi uma das
personalidades de maior relevo da política republicana. Em 1906 fundou e
dirigiu A Luta, diário que exerceu significativa influência na
sociedade portuguesa e que em contribuiu, pela sua orientação
ideológica, para a implantação da República. O papel de Brito Camacho no
movimento que implantou a República foi da maior importância, graças às
suas relações com o chefe militar Cândido dos Reis e às suas amizades
entre a classe dos oficiais do exército e da armada. Depois de
proclamado o novo regime, assumiu, em novembro de 1910, a pasta do
Fomento do Governo provisório. Após a cisão do Partido Republicano,
Brito Camacho fundou e chefiou a União Republicana. Durante a Primeira
Guerra Mundial, manteve-se afastado dos governos da União Sagrada,
defendendo a ideia de que a participação de Portugal deveria dar-se nas
colónias africanas e não em França. Nos finais de 1921, Brito Camacho
foi nomeado alto comissário da República na colónia de Moçambique. Mais
tarde, o estadista veio a abandonar a política, dedicando-se à
literatura.” (daqui)
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