JOSÉ BONIFÁCIO, O MOÇO
(1827-1886)
TEU NOME
Teu nome foi um sonho do passado;
Por um murmúrio eterno em meus ouvidos;
Foi som de urna harpa que embalou-me a vida;
Foi um sorriso d´alma entre gemidos!
Por um murmúrio eterno em meus ouvidos;
Foi som de urna harpa que embalou-me a vida;
Foi um sorriso d´alma entre gemidos!
Teu nome foi um eco de soluços
Entre as minhas canções, entre os meus prantos;
Foi tudo que eu amei, que eu resumia:
Dores... prazer... ventura... amor... encantos!
Entre as minhas canções, entre os meus prantos;
Foi tudo que eu amei, que eu resumia:
Dores... prazer... ventura... amor... encantos!
Escrevi-o nos troncos do arvoredo,
Nas alvas praias, onde bate o mar;
Das estrelas fiz letras - soletrei-o,
Por noite bela, ao mórbido luar!
Nas alvas praias, onde bate o mar;
Das estrelas fiz letras - soletrei-o,
Por noite bela, ao mórbido luar!
Escrevi-o nos prados verdejantes
Com as folhas da rosa ou da açucena!
Oh! quantas vezes na asa perfumada
Correu das brisas em manhã serena!
Com as folhas da rosa ou da açucena!
Oh! quantas vezes na asa perfumada
Correu das brisas em manhã serena!
Mas na estrela morreu; caiu nos troncos;
Nas praias se apagou; murchou nas flores;
Só guardado fícou-me, aqui, no peito
— Saudade ou maldição dos teus amores.
Nas praias se apagou; murchou nas flores;
Só guardado fícou-me, aqui, no peito
— Saudade ou maldição dos teus amores.
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