Nasceu em S. Martinho de Anta, Vila Real, a 12 de Agosto de 1907
Há 106 anos
À Beleza
Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
Miguel Torga, in 'Odes'
É lindo o poema que escolheu.
ResponderEliminarGosto muito da poesia de Miguel Torga.
Um beijinho e uma boa semana :)
Vivi este seu aniversário com uma visita guiada à Casa-Museu Miguel Torga que fica situada na rua Fernando Pessoa, nº 3.
ResponderEliminarVeja no Prosimetron pois fiz um breve apontamento.
O poema foi bem escolhido.
Beleza sempre ela a interpelar-nos...
Beijinho. :))
Isabel, Miguel Torga é dos meus escritores de eleição!
ResponderEliminarE, felizmente, vai sendo lido!
Um beijinho.:))
Ana,gostava muito de conhecer a Casa-Museu Miguel Torga. Uma coisa é ver-se em livros, outra é ao vivo...
ResponderEliminarConcordo quando diz que se fica a perceber melhor o escritor.
Um beijinho e obrigada pela visita!:))
Roubei a poesia,
ResponderEliminarporque palavras tão belas merecem ser roubadas e espalhadas ao vento.
Mas estava com saudade.
bjs
Queridas amigas,
ResponderEliminarLevem o que desejarem. É uma alegria...
Tudo na vida só tem valor se partilhado!:))
Beijinhos.:))