n. Lisboa, 13 de Junho de 1888
f. Lisboa, 30 de Novembro de 1935
Dói viver, nada sou que valha ser
Dói viver, nada sou que valha ser.
Tardo-me porque penso e tudo rui.
Tento saber, porque tentar é ser.
Longe de isto ser tudo, tudo flui.
Mágoa que, indiferente, faz viver.
Névoa que, diferente, em tudo influi.
O exílio nada do que foi sequer
Ilude, fixa, dá, faz ou possui.
Assim, nocturna, a áreas indecisas,
O prelúdio perdido traz à mente
O que das ilhas mortas foi só brisas,
E o que a memória análoga dedica
Ao sonho, e onde, lua na corrente,
Não passa o sonho e a água inútil fica.
Fernando Pessoa
in Poesias Inéditas (1919-1930).
Edições Ática, 1963, p. 49.
in Poesias Inéditas (1919-1930).
Edições Ática, 1963, p. 49.
Uma bela homenagem. :)
ResponderEliminarBeijinho.
Obrigada, Ana!
ResponderEliminarBeijinhos.:))
Nuno Meireles, não sei como fiz, mas apaguei o comentário que deixou. Mas aqui o meu agradecimento pela visita e brindemos sempre a F. Pessoa!
ResponderEliminarMil desculpas.