04/06/13

4 de Junho de 1978


Morre em Santa Barbara, Califórnia, o poeta, crítico, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário, Jorge de Sena, ao 58 anos.



Génesis

De mim não falo mais: não quero nada.
De Deus não falo: não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.

Nem de existir, que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver, que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.

Por mais justiça ... -Ai quantos que eram novos
em vâo a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade...Ó transfusâo dos povos!

Não há verdade: O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe onde             

Mortais ou imortais, todos mentiram.                                                          daqui

                                      Jorge de Sena

                                

5 comentários:

  1. Muito. muito bonito!
    Beijinho. :)

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  2. Esqueci-me de dizer que roubei este poema e o levei para o Prosimetron.
    Bj. :)

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  3. Também gostei muito.
    Tal como já expliquei no Prosimetron, o poema é maior. É composto por seis sonetos. Apenas escolhi o último.
    Faz parte de um livro de Jorge de Sena intitulado Coroa da Terra.

    Um beijinho.:))

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  4. Era um homem fora do vulgar! Gosto dos seus romances e contos (Sinais de Fogo?, Andanças do Demónio)e do que escreveu (perfeito!) sobre os Lusíadas!
    E da poesia, claro...
    beijinhos

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  5. É um nome a lembrar sempre, não é Maria João?
    É dos que ficam!!

    Um beijinho.:))

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