Palavras para a Minha Mãe
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"
Lindíssimo. Somos assim: sem coragem de cultivar a ternura.
ResponderEliminar(Ternura não é pieguice!)
Um beijinho e bom domingo!
Isabel, revi-me no poema!
ResponderEliminarQuantas vezes a vontade é de abraçar e dizer palavras doces, mas agimos de maneira inversa!!
O ser humano é mesmo complicado!
Um beijinho.:))
Uma escolha muito bonita.
ResponderEliminarHá sempre lutas que travamos. Não é por não amarmos é sim porque as amamos.
Beijinho. :)
E que lutas, Ana!!
ResponderEliminarMas depois ficamos com remorsos... que devíamos ter feito e dito...
Um bom dia e um beijinho.:))
Conheço mal a obra, tanto em prosa como poética, do José L.Peixoto mas gostei deste poema.
ResponderEliminarLuís Barata, o pouco que li, gostei.
ResponderEliminarO primeiro livro dele - Morreste-me - impressionou-me.
Uma boa semana.:)
Que poema tão bonito e verdadeiro!
ResponderEliminarParabéns pela escolha.
Anónimo, ainda bem que gostou!
ResponderEliminarObrigada pelas palavras gentis.
Cumprimentos.