10/04/24

 Sebastião da Gama (1924-1952) nasceu há 100 anos 

                                                              (daqui)

Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu a 10 de Abril de 1924, em Vila Nogueira de Azeitão.(1)
Serra-Mãe, de 1945, foi a primeira obra do poeta, editada em vida, seguindo-se Cabo da Boa Esperança, de 1947, e Campo Aberto, 1951.
Desde a adolescência que Sebastião da Gama sofria de tuberculosa renal e, por indicação médica, procurou o "ar puro da serra da Arrábida no concelho de Setúbal. Rodeado por todas as tonalidades de verde, com o mar ao fundo, escreve verdadeiros hinos à natureza e desenvolve uma consciência ambiental." (3)
No dia 7 de Fevereiro de 1952, Sebastião da Gama morre, com apenas 27 anos.

Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945,
com desenho de capa de Lino António. (2)

Cabo da Boa Esperança (1947)

Campo Aberto (1951)

Placa existente na casa onde nasceu o poeta (4)

Escultura em homenagem a Sebastião da Gama, em Azeitão (5)

Casa-memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, em Setúbal (6)


Sebastião da Gama concluiu o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947, e ainda nesse ano iniciou a sua actividade de professor, que exerceu em Lisboa, Setúbal e Estremoz. Foi colaborador das revistas Árvore e Távola Redonda. Ficou para a história pela sua dimensão humana, nomeadamente no convívio com os alunos, registado nas páginas do seu famoso Diário (iniciado em 1949). Literariamente, não esteve dependente de qualquer escola, afirmando-se pela sua temática (amor à natureza, ao ser humano) e pela candura muito pessoal que caracterizou os seus textos. (7)

Pelo sonho é que vamos (1953)

Diário (1958)

Itinerário Paralelo (1967)

O Segredo é Amar (1969)

Cartas I (1994)

Desabrochar

Tudo se passa,
quando a Manhã nasce na Serra,
como se uma flor abrisse
e pelo ar
o seu perfume subisse...

Itinerário Paralelo, 1967, p. 47.

7 comentários:

  1. O grande poeta da serra da Arrábida. Já há muitos anos que não vou para aquelas bandas...
    Bom dia, Cláudia!🌻

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    1. Maria,
      Sebastião da Gama morreu tão novo, mas viveu o suficiente, para que o seu nome ficasse nas letras portuguesas.
      Preocupante, é o Prémio de Poesia com o seu nome, este ano não ter encontrado vencedores, pela falta de "identidade poética", como se pode ler n'O Setubalense.

      https://osetubalense.com/local/setubal/2024/04/08/premio-de-poesia-sebastiao-da-gama-sem-vencedor-por-falta-de-identidade-poetica/

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    2. De realçar, que foram 559 os concorrentes... E, nem sequer UM teve a qualidade mínima para ganhar o Prémio!

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  2. Na minha juventude li e reli muito Sebastião da Gama. No mês que vem a ver se dou corda aos sapatos e vou até Azeitão ver a casa.
    Parabéns por esta entrada.
    Bom dia!

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    1. MR,
      Faz bem. Também não conheço!
      Sebastião da Gama merece não ser esquecido!
      Obrigada e um excelente dia!

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  3. Que seria deste País, para relembrar e valorizar certos criadores (mais ou menos esquecidos), se não fossem as efemérides?!...

    No caso do centenário do malogrado e talentoso SEBASTIÃO da Gama, um Poeta que, na sua curta vida, cantou as coisas belas da existência, não podemos deixar de louvar a feliz iniciativa deste blogue, cuja dimensão cultural e pedagógica ultrapassa de longe o próprio âmbito geográfico da Arrábida, que o Autor de "Serra-Mãe" tanto amava (recorde-se a própria dimensão ambiental de uma Obra em que a Natureza paisagística está tão presente).

    Dois dos seis mais emocionantes poemas, "Cantilena" e "Pelo Sonho é que Vamos" foram, aliás, popularizados de forma exemplar, e respectivamente, por Francisco FANHAIS e Vítor de SOUSA, que incluíram o Poeta nas suas gravações discográficas, a ouvir, de novo, com merecida atenção.

    Quando assinalamos os cem anos do nascimento de SEBASTIÃO da Gama, e meio século passado sobre o mês decisivo em muito(a)s de nós acreditámos numa sociedade solidária e fraterna, o verso "Pelo Sonho é que Vamos" assume-se, cada vez mais, como a "metáfora" da esperança e da coragem por excelência: "(...) Chegamos? Não chegamos?/ Haja ou não haja frutos,/ pelo sonho é que vamos."

    Um Bom Dia primaveril para todo(a)s!

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    1. Prezado Fernando Firmino,
      É verdade... Se não fossem estas efemérides, muitos vultos da nossa cultura permaneceriam no esquecimento! Assim, vão sendo lembrados e pode ser que desperte/contagie algumas almas a saber mais!
      Muito lhe agradeço, a informação partilhada, sobre o Prémio de Poesia com o nome do Poeta. Uma notícia muito preocupante e inquietante.
      E, o grau de exigência nas escolas e em casa, é sempre a diminuir! Não se lê, não se escreve; a comunicação é como é... Enfim! Por isso, não admira que o resultado seja este!
      Celebremos o poeta!

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