17/01/15

Miguel Torga (1907-1995)

Quando passam 20 anos sobre a morte do poeta.

Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.


Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

                             Miguel Torga 

Em geminação com o Prosimetron

2 comentários:

  1. Lindíssimo, este poema!
    Gosto muito de Miguel Torga.

    Um beijinho e bom fim-de-semana:)

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  2. Obrigada, Isabel.
    Também é dos escitores que mais aprecio.

    Um beijinho.:))

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