David Mourão-Ferreira
nasceu a 24 de Fevereiro de 1927
nasceu a 24 de Fevereiro de 1927
Soneto do Cativo
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão-Ferreira, in “Obra Poética”
Cláudia,
ResponderEliminarO poema é lindo e intenso.
O amor é sempre tão difícil arranjar palavras para o cantar.
Bela postagem!
Beijinho. :)
Ana,
ResponderEliminarTambém o achei muito bonito. Tem razão, o amor é mais de se sentir, não é fácil de se passar para o papel!
Beijinhos