Natural de Vila de Rei, São João do Peso, onde nasceu a 2 de Outubro de 1925.
Foi muito cedo viver para Lisboa com os Pais, onde frequentou o Liceu Camões e onde teve como professores Rómulo de Carvalho e Delfim Santos.
É considerado um dos maiores escritores portugueses do século XX.
Seguiu Jornalismo, vindo a assumir a direcção das Edições Artísticas Fólio, onde Aquilino Ribeiro publicou O Retrato de Camilo e onde lançou a colecção Teatro de Vanguarda.
Lançou também a revista Almanaque, cuja redacção integrou figuras como Luís Sttau Monteiro, Alexandre O'Neill, Vasco Pulido Valente, Augusto Abelaira e José Cutileiro.
Foi ainda cronista do Diário de Lisboa, da Gazeta Musical e de Todas as Artes e da Afinidades.
José Cardoso Pires viveu muitos anos na Ericeira, onde a casa ostenta uma placa a assinalar isso mesmo.
Foi militante do Partido Comunista Português, do qual se desvinculou após a Revolução de 25 de Abril de 1974.
A sua estreia literária foi em 1949, com a publicação da obra Os Caminheiros e outros Contos. Seguiram-se dezenas de outras obras, desde contos, romances, teatro, crónicas e ensaios. Muitas delas foram adaptadas ao cinema.
Recebeu vários Prémios, quer a título pessoal, quer profissional.
Em 1995 sofreu um Acidente Vascular Encefálico (AVE), as vivências em relação ao AVE, resultaram na sua obra De Profundis, Valsa Lenta, de 1997.
Viria a morrer em Lisboa, a 26 de Outubro de 1998, sendo sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres.
Em 2021, foi publicada a sua biografia, da autoria de Bruno Vieira Amaral, intitulada Integrado Marginal.
Não sendo um dos meus escritores preferidos, gosto bastante de José Cardoso Pires, embora esteja muito longe de ter lido toda a sua obra.
ResponderEliminarUm dos livros que me impressionou muito foi o De Profundis, Valsa Lenta.
Boas leituras, Cláudia!
🤗📚🌞
Maria,
EliminarPenso que todas as pessoas que leram JCP leram o De Profundis e a todas impressionou. Dificil de esquecer.
Um abraço. 🤗🌺🌿📚
Num tempo em que o esquecimento e a própria falta de referências facilmente conquistam adeptos, é muito oportuno (re)ler o emocionante livro "De Profundis, Valsa Lenta", de JOSÉ Augusto Neves CARDOSO PIRES (S. João do Peso, Vila de Rei (Castelo Branco), 2.10.1925 - Lisboa, 26.10.1998): "sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto"...
ResponderEliminarValerá a pena apreciar a qualidade de outras Obras essenciais do Autor, como, por exemplo, "Cartilha do Marialva", "Dinossauro Excelentíssimo", "Balada da Praia dos Cães", "Lavagante", "Alexandra Alpha", "A República dos Corvos", "LISBOA, Diário de Bordo" e, até, o seu primeiro título, "Os Caminheiros e Outros Contos" (1949), retirado de circulação pela Censura. (Nos princípios dos anos 50, José CARDOSO PIRES foi mesmo detido pela PIDE, depois da puritana e escandalosa apreensão do seu livro "Histórias de Amor"...)
Sem, de modo algum, subestimar certos aspectos, fundamentais, de uma profícua produção literária que lhe valeu a atribuição de várias distinções, pelo licença para "recuperar" uma brevíssima passagem do curioso volume de Crónicas, "LISBOA, Diário de Bordo" (Dom Quixote e Parque EXPO 98, 4.ª ed., 1998, p. 74):
"Ainda hoje, quando entro no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, com aquele prédio em fundo decorado de figuras maçónicas, desvio às vezes o olhar para a velha casa que foi o Casino Lisbonense onde tiveram lugar as 'Conferências Democráticas' que declararam encerrada a nossa sociedade de Oitocentos. Antero, José Fontana, Eça e Oliveira Martins ocorrem-me imediatamente porque foram eles que naquelas salas fizeram o grande 'pronunciamiento' da modernidade do País."
[Em jeito de necessária "clarificação", de carácter bibliográfico, importa relembrar que uma outra edição (48 páginas, apenas) desta última obra, igualmente cuidada mas, contudo, sem ilustrações, foi lançada em 1997, "com a chancela das Publicações Dom Quixote e o empenho da Câmara Municipal de Lisboa", à época presidida por João Soares.]
Impõe-se, justamente, um EFECTIVO reconhecimento institucional do mérito e do talento de CARDOSO PIRES!...
Um dos escritores que mais releio.
ResponderEliminarBoa semana!