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08/12/14

Florbela Espanca (1894-1930)

 Florbela Espanca,  nasceu em Vila Viçosa,
 a 8 de Dezembro de 1894.

VAIDADE

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! 


Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!...

                                     
                            Florbela Espanca

8 comentários:

  1. A Cláudia não deixa passar nada. Excelente memória!
    Gosto muito da poesia da Florbela Espanca.
    Bom feriado! Aproveite bem o sol:)
    Um beijinho:)

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  2. Isabel, a minha memória é prodigiosa!...:))
    Confesso: tenho um auxiliar...
    Continuação de bom feriado, com sol!
    Beijinhos.:)

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  3. Cláudia,
    Escolheu um poema suis generis.
    Seria vaidosa?
    Nunca li uma biografia dela. Sei pelo que escrevia e pelo que é corrente que era estranha.
    Contudo, gosto da sua poesia.

    Beijinho.:))

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  4. Ana, pelo poema, julgo que é mais um desejo de ser a eleita, de ser perfeita... mas...
    "Acordo do meu sonho...E não sou nada!..."

    Florbela Espanca é singular!

    Que bom que gostou.
    Um beijinho.:))

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  5. Gosto da Florbela, como não podia deixar de ser. Por isso possuo uma antologia da sua obra, que leio frequentemente. E quando vi o filme, mais apaixonada fiquei. Bela exposição do livro. amiga.
    Do poema que dizer?
    Simplesmente fantástico. Mensagem mais que urgente para cada um de nós. É hodierno, e cada um de nós, sente que em algum momento assim se subiu ao altar de si. "Dona do mundo, perfeita, sublime... todavia, o que somos?
    Como ela sobe plasmar esta verdade neste soneto, de quase virgindade verbal. Mestre na palavra alada, translucida e tocante.
    Obrigada pela escolha, amiga
    Abraços
    M José Areal

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  6. Querida Maria José, é impossível não se gostar de Florbela Espanca e/ou ficar indiferente à sua poesia, que é o espelho da pessoa insegura, insatisfeita e ao mesmo tempo tão realista de si mesma!
    Poucos souberam exprimir e passar para o papel tanto sofrimento e angústia, de maneira tão objectiva e bela!

    Um beijinho.:))

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  7. Lindo soneto tão desesperado como todos os seus poemas. No entanto ...ela foi tanto do que sonhava, não é? Mas não sabia...
    Beijinhos

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  8. Maria João, não posso deixar de concordar! Florbela Espanca foi mesmo muito do que sonhava, mas não sabia...
    O que diria hoje ao saber-se tão querida, lida e lembrada?

    Um beijinho.:))

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